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domingo, 5 de abril de 2020

Engaiolado

Já há muito tempo que não publicava nada aqui.
Sinto falta de expressar o que vai na alma, mas a verdade é que me tem faltado tempo para escrever o que quer que seja e publicar.
Podia publicar alguma coisa depois do que aconteceu há um ano e da forma como me fui adaptando no meio deste processo.
Mas vamos ao princípio.

No dia 4 de Março de 2019 fiz aquilo que eu chamo de mudança de vida. Há muito tempo que eu tinha em vista perder peso. Realmente estava a esforçar-me desde 2014 em ir ao ginásio, consultar uma nutricionista para comer menos e melhor. Isto resultou numa perda de peso da qual eu estava orgulhoso. Perdi 15 quilos em 6 meses.
Como é natural, fui de férias e quando chego  chego fui à balança no ginásio. Tinha aumentado 15 quilos nas férias. Que choque!
Recomecei o ginásio com toda a força e para meu espanto, o peso não regrediu. Pelo CONTRÁRIO, continuou a subir. Claro que algo não estava bem e procurei médicos para averiguar o que se poderia estar a passar.
Muitas análises depois... nada. O meu corpo funciona a 100%. Não há nada de errado comigo. Mas o peso continua a subir.
Conclusão dos vários médicos que fui... nada a fazer a não intervir mecanicamente no corpo.
Foi o que fiz nesse dia 4 de Março, véspera de Carnaval.
Entrei confiante no bloco operatório. Fechei os olhos devido à anestesia, e quando acordei, uma dor que nunca tinha sentido igual. Tinham andado a mexer no meu interior e deixaram-me com uma sensação que só passou vários dias depois.
No mês seguinte, a minha alimentação foram líquidos. Depois os sólidos. Agora já como normalmente.
O que ganhei com isto? Uma redução de peso de quase 50 quilos e uma grande melhoria na minha qualidade de vida.

No entanto, houve outro incidente neste processo. Ainda recuperava da operação ao estômago e deu-se um acidente... Fractura do menisco. Mais uma operação. Agora no dia 15 de Abril. Mais tempo em casa. Tive as maiores dores que me lembro. De facto, os joelhos são uma zona que, embora não pareça, influenciam muito daquilo que fazermos. Durante bastante tempo, coisas como baixar-me, sentar-me, pegar no meu filho eram coisas que me provocavam muitas dores e que me custava muito fazer. Conduzir, a partir do momento que o médico deixou, também foi um sacrifício e não conseguia conduzir muito nos primeiros tempos. Foram 3 meses complicados, mas em que consegui recuperar.
O que ganhei com isto tudo? Fui queimado no meu emprego. Vi as minhas funções mudarem e só não fui despedido pelo facto de colegas terem intercedido por mim. Não foram muitos, mas são bons.
Tenho trabalhado e feito aquilo que me é pedido, sendo que agora faço muito mais viagens e passo menos tempo em casa.
Vamos a ver o que o futuro nos reserva.

Porque estou a escrever só agora? Porque mais uma vez me encontro impedido de sair de casa. Estou isolado pelo facto de ter ligado para a Saúde 24 com queixas de uma constipação ou gripe e me tenha sido indicado que tinha que me isolar devido ao vírus que anda nas bocas do mundo.
Ao contrário do que dizem nas notícias, ainda não consegui marcar data para a realização do teste, mas tenho a certeza que não estou infectado.
Como tenho que estar fechado no meu quarto e evitar contacto com toda a gente, tenho tempo para pensar em tudo o que me rodeia e pude escrever este texto. Espero que este isolamento não dure muito tempo pois estar fechado dá comigo em maluco.

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